Com foco na revitalização de mata ciliar, projeto promove plantio de mudas na Bahia
Programa ambiental produziu cerca de 18 mil mudas ao longo de 2023
Tendo em vista o combate ao desmatamento e a gestão sustentável dos recursos hídricos, o projeto Revitalização de Mata Ciliar promove o plantio de mudas nos municípios do sul da Bahia. O programa, que já produziu cerca de 18 mil mudas, foi implementado pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) e conta com o apoio do Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Peruípe, Itanhém e Jucuruçu (CBHPIJ), além de outros órgãos ambientais municipais e estaduais.
O coordenador de Meio Ambiente na Embasa Regional de Itamaraju, que atua como vice-presidente do CBHPIJ, Marcos Emilio Britto, explica que a mata ciliar é a formação vegetal localizada nas margens dos córregos, lagos, represas e nascentes. "Nós perdemos muita mata ciliar. E a ideia também é que a gente sensibilize, através da educação ambiental, esses fazendeiros para que preservem. Claro, com corredores ecológicos, corredores para o gado beber água ou o que for. Mas que preservem o máximo essa mata ciliar", aponta.
Com isso, ele pontua que o projeto visa a reabilitação de matas ciliares, nascentes e recuperação de áreas degradadas. O processo inclui o plantio de mudas e ações de conscientização da população, a exemplo das parcerias com as escolas e palestras na região. Antes do plantio, a primeira fase do projeto consiste na identificação da área e contato com o responsável pela localidade sobre a proposta de revitalização.
As matas ciliares, também conhecidas como mata de galeria, mata de várzea ou florestação ripária, são consideradas pelo Código Florestal Federal como Área de Preservação Permanente (APP). A condição estabelece os limites mínimos para que a vegetação esteja em conformidade com a largura do rio, lago, represa ou nascente. Por exemplo, nos rios menores que 10 metros, deve-se manter no mínimo 30 metros de largura de mata ciliar.
"Por contemplar uma área de 70 metros quadrados, muita gente fala que é trabalho de formiguinha. A ideia é que a coisa cresça com os próprios atores que vivem ali naquela localidade", afirma.
Quanto aos impactos gerados pelo projeto, Britto aponta que os benefícios serão sentidos a médio e longo prazo com a continuidade e manutenção da vegetação. Para isso, ele considera fundamental a adesão e participação da população nesse processo. "O grande sucesso é o fazendeiro abraçar essa ideia e, ele mesmo, cuidar das mudas. Ele tem que dizer que aquilo é importante para ele. Esse é o sucesso", diz.
Em maio deste ano, uma ação de plantio de 200 mudas foi realizada em Prado, no sul da Bahia. O momento contou com a participação de crianças da rede de ensino da cidade. "A gente planta, mais ou menos, umas 200 mudas. Por que 200 mudas, ou 150? Porque é a quantidade que a gente consegue fazer naquele dia de manhã com as crianças. Com uma coisa muito grande, você se perde", conta.
O coordenador, que integra a diretoria do CBHPIJ, ainda ressalta o potencial do projeto e relação direta com o propósito do comitê em prol da preservação e gestão sustentável das bacias hidrográficas do estado. "A gente mantém esse diálogo sobre o projeto e a relevância para os rios. É interessante mostrar os resultados e o impacto disso para a revitalização dessas localidades", reitera.
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